luns, abril 17, 2017

Premonición

Joseph Roth (traxe escuro) con Stefan Zweig
Este livro prescinde dos leitores “objectivos”, que com a  benevolência barata e azeda, a partir das vacilantes torres da civilização ocidental,  lançam olhares de soslaio para o Próximo Oriente e os seus habitantes; que, por pura humanidade,  lamentam a deficiente  canalização e, por medo de contágio, encerram em barracas emigrantes pobres, onde a solução de um problema social é deixado ao critério da morte em massa.

Estas palabras escribiunas Joseph Roth no prefacio ao seu ensaio Judeus errantes, publicado en 1927. Non escribía sobre os eternos refuxiados da Siria ou da Palestina, do Irak ou do Kurdistán, senón, na altura, xa, dos “piolhos romenos, percevejos galicianos e pulgas russas”. El era un dese “percevejos galicianos”. Escribiu nunha ocasión: Quanto mais  ocidental for a origem do judeu, mais judeus há para os quais ele olha  com desdém. O judeu de Frankfurt olha com desdém para o judeu de Berlim; o judeu de Berlim olha  com desdém para o judeu de Viena; o judeu de Viena olha com desdém para o judeu de Varsóvia. Depois, vêm ainda os judeus da longínqua Galicia, que são desdenhados por todos eles, e eu sou de lá, o último de todos os judeus”.

Roth era un xudeu da Galicia occidental cando toda ela estaba integrada no Imperio Austro-húngaro ao que sempre botará de menos. Un dos “grandes” da literatura alemá; mesmo, se imaxinamos un xenérico ámbito literario universal, sería un dos “grandes”. Hai milleiros deles que nunca daremos coñecido. A creación literaria é inabarcábel non só para o individuo senón para calquera institución por moitos recursos cos que conte. Cantas grandes obras da literatura ficarán para sempre descoñecidas, comestas polo tempo, a couza ou a desesperación dos seus autores?. E que dicir das autoras, primeiras ignoradas. Non falamos só do malditismo como actitude persoal senón da maldición de vivir tempos convulsos como é o caso de Roth e moitos dos seus amigos.

Non descubro nada novo a respecto do autor de “A lenda do Santo Bebedor”, quen como o protagonista da novela, Andreas Kartak, enchoupado en alcol, era un lúcido premonitor, para a súa desgraza e a dos seres humanos que merezan ser considerados como tales, de futuros inmediatos e evidentes.  “Já se apercebeu certamente que nos esperam grandes catástrofes. Independentemente das privadas -pois a nossa existência literária e material está destruída-, tudo aponta para uma nova guerra. A vida pouco ou nada me diz. A barbárie conseguiu impor-se. Não tenha ilusões. É o reino do inferno.” Escribiu en 1933.

Roth non agardou a ollar como se desencadeou o horror absoluto, como diría o seu admirado Joseph Conrad; faleceu, o 30 de maio de 1939, aos 45 anos, preso con correa nun hospital para indixentes.

O seu derradeiro escrito titúlase “O Carvalho de Goethe en Buchenwald” e remata  así: “... que eu saiba, até agora, ainda nenhum dos ocupantes do campo de  concentração foi amarrado ao carvalho, á sombra do qual se sentou Goethe con Frau von Stein e que, graças à lei de  protecção da natureza, ainda cresce; pelo contrário, foram-no a outros carvalhos de que esta floresta não carece”.


Domingo,16 de abril de 2017

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